quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

  Para desarticular facções, é preciso endurecer isolamento de líderes, diz procurador de São Paulo.

  O envio das Forças Armadas para fazer revistas em presídios e para operações de combate ao tráfico de drogas e armas na fronteira pode ajudar na crise do sistema penitenciário, mas não coibirá a atividade das facções criminosas, segundo o procurador de Justiça Criminal Márcio Sérgio Christino.

  De acordo com ele, além dessas medidas, anunciadas nos últimos dias pelo governo federal, seria preciso isolar os líderes de facções criminosas de seus subordinados de forma eficiente e permanente - em um regime de cumprimento de pena diferente do que existe hoje.

  Christino investiga uma dessas facções, o PCC (Primeiro Comando da Capital), desde o final da década de 1990, quando integrou o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) - órgão do Ministério Público de São Paulo que, ao lado de delegados de polícia e juízes, combateu o PCC em São Paulo desde os anos em que a facção começava a ficar conhecida.



  Ele também é autor do livro Por dentro do crime: corrupção, tráfico, PCC (Editora Escrituras).

  Segundo Christino, a atual crise nos presídios, fruto de um conflito iniciado no ano passado entre as facções PCC e Comando Vermelho, tem suas raízes na luta pelo controle das rotas internacionais de tráfico de cocaína para o Brasil. Ele defende que seria preciso mudar a Lei de Execução Penal e criar um regime de cumprimento de sentenças no qual detentos suspeitos de liderar facções fiquem efetivamente isolados.

  Hoje esse isolamento acontece só por um período limitado de tempo, por decisão judicial, no polêmico RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) - onde o preso fica separado dos demais, dos meios de comunicação e só tem direito a duas horas diárias de banho de sol.

  Defensores do RDD dizem que ele dificulta que as lideranças criminosas articulem novos crimes. Já seus críticos afirmam que é inconstitucional, ineficiente e impossibilita a...Continue aqui.



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